A análise crítica dos processos e mecanismos sociais e culturais utilizados por uma sociedade para produzir a categoria da solteirona dá-nos uma visão exacta dos limites da normalidade que ela pretende para as mulheres na esfera da conjugalidade. Cláudia Maia fá-lo de uma forma brilhante neste livro, conduzindo-nos em uma leitura histórica e sociológica com uma tessitura densa e bem fundamentada e, simultaneamente, fluindo em uma escrita elegante, onde as palavras, os termos e os conceitos deslizam suavemente na cadência do sentido dos argumentos.
Este livro não é só sobre o Brasil. Ele dá-nos a história fina da vida quotidiana das mulheres de todas as geografias e tempos onde predomina os modelos da família patriarcal burguesa.
 
 
Manuel Gaspar Lisboa
 
(Universidade Nova de Lisboa)